Como cuidar das unhas do seu pet de forma segura e simples

Entendendo a importância do cuidado das unhas dos pets

Manter as unhas do seu pet bem cuidadas é fundamental para a saúde, conforto e qualidade de vida dele. Unhas muito longas podem causar dor, dificuldade de locomoção e até problemas ortopédicos em longo prazo. Além disso, unhas compridas entram em contato com superfícies de forma inadequada, podendo se quebrar ou fazê-lo ferir-se acidentalmente, especialmente se o pet tiver unhas finas ou frágeis. A rotina de cuidado das unhas, quando realizada de forma segura, evita o estresse desnecessário tanto para o animal quanto para o tutor, prevenindo acidentes comuns, como sangramentos e infecções. É crucial lembrarmos que as unhas dos cães e gatos crescem continuamente e, diferentemente das unhas humanas, não são desgastadas naturalmente em ambientes domésticos, especialmente para pets que passam a maior parte do tempo dentro de casa.

A negligência nesse cuidado pode acarretar problemas que vão desde pequenas dores até alterações no comportamento causadas pelo desconforto, deixando seu pet mais irritado e ansioso. As oportunidades de manutenção preventiva são vantagens claras para prevenir essas complicações. Realizar o corte com frequência adequada mantém as unhas em um tamanho confortável, evita que elas impeçam o pet de andar corretamente e minimiza riscos de ferimentos acidentais às pessoas ou outros animais.

Além disso, cuidados periódicos fornecem a oportunidade de examinar visualmente as unhas e a pele ao redor para detectar infecções, fungos ou feridas ainda em estágio inicial, que muitas vezes passam despercebidos em visitas regulares ao veterinário. Assim, uma rotina estabelecida de manutenção das unhas agrega valor não só estético ao seu pet, como também contribui diretamente para a sua saúde digital e geral. Por isso, antes de iniciar o processo de cuidados, é essencial compreender a estrutura das unhas do seu animal e os métodos adequados para seu manejo.

Estrutura anatômica das unhas em cães e gatos

Para realizar um cuidado seguro, o tutor precisa estar familiarizado com a anatomia básica das unhas do pet. As unhas são estruturas queratinizadas, ligadas à última falange dos dedos, que servem para proteção e apoio durante a locomoção. Cada unha contém uma parte viva chamada de sabugo (ou vascular), que é rica em vasos sanguíneos e terminações nervosas. Cortar essa área, chamada popularmente de "sabugo vivo", pode causar dor intensa e sangramento, tornando o manejo mais difícil nas próximas vezes e tornando o pet resistente à manutenção.

O comprimento ideal da unha é aquele que fica alinhado com a planta do pé, sem que toque o chão excessivamente ou dobre para cima. As unhas incluem uma parte externa dura, que é a queratina, e o interior, que abriga o sabugo. Nos cães e gatos com unhas claras, é possível observar essa região viva pela transparência da unha, facilitando a tarefa de corte. Porém, em pets com unhas escuras, identificar o sabugo requer mais cuidado e experiência. Nestes casos, cortar com pedaços pequenos, regularmente, é a melhor estratégia para evitar acidentes.

Além da função anatômica, as unhas ajudam no equilíbrio e propulsão, principalmente em gatos, que as utilizam também para escalar e se defender. Portanto, a manutenção inadequada ou a negligência podem comprometer o comportamento natural e o bem-estar do animal.

Equipamentos essenciais para o corte seguro das unhas

O uso das ferramentas corretas é decisivo para um procedimento eficiente e seguro. Existem variados equipamentos disponíveis, com diferentes formatos e funcionalidades, que atendem necessidades específicas de acordo com o porte do pet e o tipo de unha.

Os principais equipamentos são:

• Guillotine ou tesoura de unha: são ideais para cães e gatos de pequeno e médio porte, oferecendo cortes precisos e controle do movimento para não machucar o sabugo.
• Alicate cortador: recomendado para cães grandes e unhas mais grossas, pois permite aplicar maior força e garantir um corte limpo.
• Lixas elétricas ou manuais: usadas para nivelar superfícies após o corte, eliminar pontas afiadas e suavizar a unha, evitando que ela enrosque em tecidos ou superfícies ásperas.
• Luvas de proteção: importantes para tutores iniciantes ou animais com comportamento nervoso, garantindo segurança contra arranhões.
• Pó hemostático ou solução de coagulação: imprescindível para estancar sangramentos causados por cortes acidentais no sabugo.

Utilizar ferramentas inadequadas, como faca comum, tesoura doméstica ou até cortes improvisados, aumenta o risco de acidentes, tornando o cuidado perigoso e desagradável para o pet e o tutor. A escolha correta contempla conforto, segurança e a durabilidade do equipamento.

Frequência ideal e programação do corte das unhas

A periodicidade do corte das unhas varia de acordo com fatores como: idade, porte, raça, nível de atividade física e o ambiente em que o animal vive. Animais que passeiam diariamente em superfícies duras, como asfalto, tendem a gastar naturalmente parte do crescimento da unha. Por outro lado, pets domésticos que ficam dentro de casa ou em áreas com piso macio acumulam unhas mais compridas e precisam de manutenção mais frequente.

Em média, cães e gatos devem ter as unhas cortadas a cada 2 a 4 semanas, mas é essencial avaliar regularmente para ajustar essa frequência. Filhotes precisam de atenção constante, pois suas unhas crescem rapidamente e são mais delicadas.

Uma rotina fixa, por exemplo, agendar o corte no mesmo dia da semana ou do mês, contribui para que o cuidado não seja adiado, evitando problemas futuros. A observação atenta da postura e do modo como o animal caminha traz indícios do momento correto para a próxima manutenção.

Quando as unhas começam a fazer barulho ao caminhar em pisos duros ou quando o pet mostra sinais de desconforto ao apoiar as patas no chão, esses são alertas comuns de que chegou a hora do corte. Animais mais idosos podem apresentar crescimento de unha diferente por alterações metabólicas ou problemas de mobilidade, requerendo adaptação da frequência e técnicas.

Passo a passo para cortar as unhas do seu pet com segurança

Seguir um método estruturado para evitar cortes indevidos no sabugo e garantir o bem-estar do pet é fundamental. O preparo prévio, ambiente tranquilo e paciência são aliados para transformarem esse momento em algo menos estressante.

1. Acostumar o pet: Antes de iniciar os cortes, acostume seu animal a ter as patas manipuladas. Pegue a pata gentilmente durante brincadeiras ou momentos calmos, toque as unhas e recompense com carinhos ou petiscos. Esse processo pode levar dias ou semanas, dependendo da personalidade do pet.

2. Escolher local adequado: Opte por um espaço iluminado, silencioso, onde o pet se sinta seguro. Evite locais com muito movimento, pois isso pode aumentar a ansiedade.

3. Preparar equipamentos: Tenha ao alcance todos os materiais: cortadores, lixas, pó hemostático, algodão ou gazes, e petiscos para recompensa.

4. Posicionar o pet: Para cães, o ideal é que o tutor esteja sentado ao lado ou à frente do animal, segurando a pata com firmeza, porém com delicadeza. Para gatos, pode-se envolver o corpo do animal em uma toalha para controlar movimentos bruscos.

5. Identificar o sabugo: Examine a unha sob boa iluminação. Em unhas claras, detecte o contorno do sabugo para delimitar até onde cortar. Em unhas escuras, faça cortes pequenos regularmente para evitar atingir a área viva.

6. Realizar os cortes: Posicione o cortador em um ângulo de 45 graus, e corte a unha em pequenos segmentos, mantendo distância segura do sabugo.

7. Cuidar de acidentes: Se ocorrer sangramento, aplique o pó hemostático com leve pressão até estancar.

8. Acabar com um acabamento suave: Utilize a lixa para arredondar bordas e evitar que a unha fique pontiaguda ou áspera.

9. Recompensar o pet: Ofereça petiscos, carinho e estímulos positivos para associar o momento a uma experiência agradável.

10. Registrar e monitorar: Mantenha um registro das datas e observações durante cada manutenção.

Como lidar com o medo e resistência do pet durante o corte

Muitos pets demonstram insegurança, medo ou resistência ao corte das unhas. Isso pode ocorrer devido a experiências anteriores ruins, sensibilidade ao toque nas patas ou apenas pela novidade da ação. Para garantir a rotina segura, é necessário validar o estado emocional do pet e aplicar técnicas adequadas para tornar o processo menos traumático.

Uma das estratégias mais eficazes é a dessensibilização associada ao reforço positivo. Comece tocando as patas do pet sem realizar cortes, recompensando com petiscos e elogios. Aos poucos, introduza os equipamentos próximos ao animal, deixando-o cheirar e se familiarizar. Com o tempo, toque os cortadores nas unhas sem pressionar, sempre recompensando.

Outra alternativa é dividir o corte em etapas, não tentando fazê-lo completamente em uma única sessão. Se o pet se mostrar muito ansioso, faça poucos cortes e suspenda temporariamente.

Utilizar distrações, como brinquedos interativos ou petiscos saborosos de alta motivação, ajuda a manter a atenção do animal longe do processo.

Para casos mais extremos, consultar um veterinário ou um educador comportamental pode ser necessário para indicar métodos de manejo comportamental ou medicação para ansiedade em situações pontuais.

Cuidados após o corte: prevenção de infecções e ferimentos

Após o corte, a unha do pet e a pele ao redor precisam de atenção para evitar infecções, inflamações ou trauma causado por cortes mais profundos. Inspecione as patas procurando por sangramentos, vermelhidão ou inchaço, o que pode indicar que a manutenção não foi feita correctamente ou que o pet traumatizou a região ao andar.

Se houver sangramento, além do uso do pó hemostático, mantenha o local limpo usando antissépticos recomendados pelo veterinário para evitar infecções bacterianas. Evite molhar as patas nas primeiras horas após o processo para ajudar na cicatrização rápida.

Observe o pet nas horas seguintes ao corte. Se ele lamber excessivamente as patas, mancar ou mostrar sinais de dor, leve-o imediatamente ao veterinário, pois pode haver produção de hematomas ou feridas de maior profundidade.

Os pets que têm tendência a infecções ou alergias necessitam de cuidados ainda mais redobrados nesse período, com acompanhamento rigoroso da saúde das unhas e patas.

Tabela comparativa: Tipos de cortadores e suas aplicações recomendadas

Lista das principais recomendações para o cuidado seguro das unhas dos pets

• Estabeleça uma rotina de cuidados e mantenha o ambiente calmo.
• Use ferramentas específicas e afiadas, adequadas ao porte do pet.
• Fique atento ao comprimento ideal, evitando cortes muito curtos.
• Acostume seu pet ao toque e manipulação das patas gradualmente.
• Recompense o animal a cada etapa para fortalecer associação positiva.
• Tenha sempre à mão pó hemostático para emergências.
• Não realize cortes grandes de uma vez, divida em pequenas etapas.
• Procure orientação veterinária se notar sangramentos frequentes ou alterações nas unhas.

Diferenças entre cuidados das unhas de cães e gatos

Embora cães e gatos compartilhem muitas características anatômicas, as diferenças comportamentais e fisiológicas dos dois exigem cuidados específicos durante a manutenção das unhas.

Cães são, geralmente, mais tolerantes ao manuseio, principalmente dependendo do treinamento prévio. As unhas caninas são mais espessas e podem apresentar dois tipos: as das patas dianteiras e das traseiras, que podem variar em textura e velocidade de crescimento.

Já os gatos possuem unhas mais finas, pontiagudas e retráteis, que utilizam para escalada e defesa. Isso exige atenção redobrada para não cortar parte do tecido vivo, que é altamente vascularizado. Além disso, pela natureza independente e, muitas vezes, mais arisca dos felinos, a abordagem para o corte demanda maior cuidado e técnicas para acalmá-los.

Em termos práticos, a frequência do corte em gatos pode ser maior, principalmente em animais de apartamento que não usam as unhas para desgaste natural. O uso de arranhadores auxilia no manejo natural, mas não elimina totalmente a necessidade de cortes.

Considerações finais sobre cuidados avançados e prevenção de problemas comuns

Além dos procedimentos básicos de corte, o tutor atento pode observar sinais que indicam a presença de problemas comuns nas unhas, como onicomicose (infecção fúngica), onicocriptose (unha encravada) e fraturas ungueais. Manchas, descamação, mau cheiro ou odor anormal ao redor da unha são sintomas que exigem avaliação profissional.

A visita periódica ao veterinário não deve se limitar a consultas emergenciais. O exame das unhas deve ser parte integral das revisões, pois profissionais têm instrumentos e técnicas para intervir precocemente. Além disso, o veterinário pode orientar quanto à suplementação vitamínica, nutrição adequada e cuidados específicos para raças que apresentem maior predisposição a problemas ungueais.

Utilizar produtos específicos para higiene das patas, manter o ambiente limpo, realizar exercícios regulares e fornecer arranhadores para gatos são práticas que potencializam o bem-estar e saúde das unhas.

Em casos mais complexos, como unhas muito fracas ou deformadas, o tratamento pode envolver uso de cremes, anti-inflamatórios ou até procedimentos cirúrgicos leves, todos sempre indicados por veterinários.

O cuidado seguro e rotineiro das unhas do seu pet previne dores, infecções e alterações na locomoção. Realizar cortes regulares com ferramentas adequadas, respeitando a anatomia e o comportamento do animal, é essencial para manter a saúde e o conforto do seu cão ou gato.

Cuidar das unhas do seu pet de forma segura e rotineira envolve compreensão da anatomia, uso das ferramentas corretas, estabelecimento de uma frequência adequada e aplicação de técnicas que respeitem o comportamento e o conforto do animal. A atenção ao detalhe, paciência e ações preventivas garantem saúde, conforto e evitam complicações que podem comprometer o bem-estar do seu pet a longo prazo. Ao integrar esses cuidados ao dia a dia, você promove uma qualidade de vida melhor, além de fortalecer o vínculo entre você e seu animal de estimação.